bem vindo ao espaço sideral! aqui não existe tempo. aqui não existe espaço. encontramo-nos no vazio

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

A minha vida tem um caminho
que é sou teu,
que só tu sabes percorrer.

Seguramente,
este ainda é o nosso tempo.
Mesmo que os anos passem,
os anos não nos vencem.

Há sempre um frémito que
persiste,
um gesto de amor subtil que
irrompe como uma manhã fresca
no quotidiano dos hábitos.

Por isso,
aprenderemos a cuidar dele
com o mesmo desvelo e a mesma
serena intensidade
do beijo que de manhã te dou
e que te interrompe o sono
e que nele de novo mergulhas
sonhando com uma eternidade
só nossa


5/2/2012

Jorge Saraiva

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Suede / The Next Life

(Enquanto a Luna dorme)

há um perfume sereno
que se sugere no teu sorriso
e dura...

com a imensa ternura de
um gesto longo
[teu]
fica a doce ilusão de que
venço o tempo
e te perpetuo como um
deus secreto
que agora mesmo eu inventei


  jorge saraiva
quando o teu silêncio cai
com o peso de um rosto longo
cheio de mágoa,
eu sinto o lento embaraço
de uma indizivel tristeza...

e agora ensina-me:
como é que posso reencontrar
o caminho da tua boca?

Jorge Saraiva
falo-te do amor com a serenidade
dos dias felizes

é um trabalho (quase) sem palavras.
um olhar cúmplice,
um rosto atento aos pequenos sinais
com que gradualmente me envolves.

agora interrompo o silêncio e penso
com êxtase contido:

é tua a leveza dos passos
que ilumina os meus caminhos;
é tua a certeza dos lábios
que enche o meu peito de risos;
e a fluidez do corpo que sugere
desejos de manhãs jovens;
e uma alegria longa e branca
como se tudo nos coubesse
nas mãos:
o frémito dos gestos,
a pressão dos beijos,
a limpidez do silêncio,
a convicção tranquila
de que todo o nosso tempo
é eterno.


jorge saraiva
se eu pudesse,
tirava os panos que te cobrem a boca,
e deixava que corressem uma a uma,
todas as palavras de amor que te
imagino nos olhos.

mas não posso...
e por isso resigno-me
a um sofrimento pendular
quanto profundo

jorge saraiva
Das horas tenho apenas estas:
as que passam depressa mas não se evaporam

Todas as outras existem ao compasso dos segundos
e morrem


helena isabel
Subi os degraus até à tua casa
com o silêncio a lembrar-me palavras

(neste caso, as palavras são um vinho macio
que fervilha nas veias;

 o meu sangue, o sabor de
memórias doces e perfumadas)

Agora, não há lugar para a escuridão,
todos os sóis iluminam as escadarias

e a noite onde depositava a minha solidão
sugere-me tonalidades e fragrâncias que nunca me visitaram

a natureza é sublime quando olho para o nosso jardim
e vejo os malmequeres a crescerem e a sorrirem

Os malmequeres já não se desfazem nas minhas mãos;
já nada é como antes.


 helena isabel