Começo por dizer: "esta sombra não é minha!"
As águas agitam-se, revoltam-se, elevam-se
acima das minhas montanhas; trazem à superfície
fragmentos arcaicos, obsoletos: de remos exaustos,
de barcos que nunca chegaram; de outras lutas,
tantas e tão remotas...
E eu volto a dizer: "esta sombra não é minha!"
Tudo emerge esquivo, obstinado, opaco, arrojado.
Volto as costas aos espelhos, evito-os,
Volto as costas aos espelhos, evito-os,
acendo uma luz ilusória.
"esta sombra não é minha!".
Mas os caminhos estão, inevitavelmente, ladeados de espelhos.
Mas os caminhos estão, inevitavelmente, ladeados de espelhos.
E agora eu percorro-os, sem medo de contemplar as sombras e
reconhecer nelas a minha própria sombra.
A montanha desce ao nível das águas, mergulha nelas e fica em paz.
* helena isabel
* helena isabel
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