Dizes-me que, afinal, a parede é de papel;
eu que a julgava de granito, mais alta que
um castelo, tantas vezes impotente
perante a gigantesca construção;
tantas vezes derrotada a seus pés,
a morrer e a renascer sucessivamente,
exausta até aos ossos.
E eis que chegas tu, em forma de sol, a
iluminar as sombras entre mim e o muro;
as sombras engenhosas que acrescentam
pedras no mesmo instante em que eu galgo,
desmorono, rasgo o intransponível.
Chegas, levas-me para fora do tempo, onde os sonhos
Chegas, levas-me para fora do tempo, onde os sonhos
transcendem a condição de utopia; dizes-me: "larga os remos
ao longo do rio; deixa o barco ganhar asas, rasgar o céu,
seguir o caminho das estrelas. quando regressares, já não verás
um muro de pedras, nem de papel, nem de coisa alguma;
quando regressares, tu pensarás amor e o amor brotará
até das pedras; tu desejarás voar e logo estarás a pairar
sobre as nuvens, para além delas..."
Assim falam as fadas...
* helena isabel
Assim falam as fadas...
* helena isabel
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